A companhia angolana TAAG, que compete com a TAP nos voos regulares entre Lisboa e Luanda, foi uma das “estrelas” do Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa) no mês de Novembro, com um aumento de passageiros em 47,9%, que levou a que depois de meses sucessivos em quebra, a ligação entre as capitais portuguesa e angolana tenha atingido um crescimento em 26%.
Dados do Aeroporto de Lisboa a que o PressTUR teve acesso indicam que, em Novembro, 32.762 passageiros viajaram em voos regulares de e para Lisboa, com um aumento 6.765, que se fez quase exclusivamente na TAAG, que teve um aumento em 6.406, para 19.792.
Estes dados levam à conclusão de que a TAP terá somado 12.970 passageiros nos seus voos de e para Luanda em Novembro, com um aumento em 2,8% ou 360.
Assim, a TAAG foi a transportadora de seis em cada dez passageiros que viajaram em Novembro entre Lisboa e Luanda, ganhando 8,9 pontos de quota de mercado à TAP, que baixou de 48,5% para 39,6%.
Esta tendência é também a que é evidenciada pelos números relativos aos primeiros onze meses do ano, em que a TAP perde 11,8 pontos de quota de mercado para a TAAG, baixando de 50,8% para 39,1% do total de passageiros que voaram em voos regulares entre Lisboa e Luanda, enquanto a angolana sobe de 49,2% para 60,9%.
Os dados do Aeroporto de Lisboa mostram que apesar de um decréscimo de passageiros em voos regulares de e para Luanda em 4,5% ou quase 17 mil, para 357.374, a TAAG tem um aumento em 18,3% ou cerca de 33,7 mil, para 217,7 mil, o que implica para a TAP uma queda em 26,6% ou cerca de 50 mil, para 217,7 mil.
Este impacto, porém, não é evidenciado nas notícias da semana passada sobre a alegada “dívida” de Angola à TAP, que já estará em 70 milhões de euros, referindo-se a capitais gerados com vendas no mercado angolano que a companhia tem dificuldade em repatriar.
Porém, desde pelo menos Janeiro de 2015 que a TAP deixou de permitir a emissão no mercado angolano de bilhetes para viagens que não comecem em Luanda, para assim travar a acumulação de capitais retidos no país, uma medida que a própria TAAG também adoptou, neste caso por necessidade de fazer receitas fora de Angola.
Além dessa medida, a 1 de Julho a TAP reduziu a frequência de voos de e para Luanda, em 20%, de dez para oito por semana.
Ainda assim, embora com uma quebra de passageiros que se situa na ordem de 25%, apesar de há dois anos ter acabado com a concentração da emissão de bilhetes em Angola, a companhia portuguesa só em cerca de três meses teve um aumento dos capitais retidos em Angola em cerca de 20 milhões de euros.
Os dados do Aeroporto de Lisboa relativos a Agosto mostram que nesse mês teve uma quebra de passageiros em voos regulares de e para Luanda em 10,7% ou cerca de cinco mil, para 41.316, apesar da qual a TAAG teve um aumento em 7% ou cerca de 1,6 mil, para 24.863.
Como só a TAP tem voos regulares entre Lisboa e Luanda, além da TAAG, os dados do Aeroporto de Lisboa indicam que a companhia portuguesa teve nesse mês uma quebra de passageiros nas ligações com a capital angolana em aproximadamente 28,6% ou 6,6 mil, para 16,4 mil.
Fonte: PressTUR
Com uma dívida de quase 80 milhões de angola à tap.. por esta altura a taag já devia transportar 10 passageiros em cada 10… Por este andar a dívida vai aumentar nos próximos anos.. Angola vive o efeito do baixo valor do crude e assim continuará nos próximos anos. a tap deve manter a ligação a Luanda nos mínimos enquanto não lhe for restituído o dinheiro que é seu por direito.